Eu sou do tempo que a fotografia analógica era chamada apenas de “fotografia”, simplesmente por que era o único tipo de fotografia que existia. Até tinha a polaroid com sua fotografia instantânea, mas mesmo ela era apenas fotografia (só que a foto saia bem mais rápido que as outras). Fotografo com as “câmeras de filme” desde antes da fotografia digital cair no gosto do povo.
Fotografia Analógica ou simplesmente fotografia
As primeiras câmeras
A minha primeira câmera foi a Arrow Jr., uma box 120 que existia na minha caixa de brinquedos desde que me entendo por gente. Foi da minha bisavó (ou foi da minha tiavó?) e era muito antiga, além de estar quebrada. Eu brincava que era minha “câmera de cinema” e ficava girando o avanço do filme como nas filmadoras manuais antigonas!
A primeira câmera que usei mesmo foi a Olympus Trip 35 que do meu pai, em algumas viagens no início dos anos noventa. Perdi muitas fotos e só fui pegar mesmo em uma câmera mais seriamente depois de 96, quando chegou nas minhas mãos a Pentax MX. Aí começou a ficar séria a brincadeira. Usava rolos e mais rolos de Konica ISO100 e pedia para o laboratório não corrigir as cores, pois adorava as variações de cores de acordo com a luz predominante na imagem: sol, lâmpada incandescente, fluorescente, vapor de mercúrio, etc.
A faculdade ajudou a solidificar essa vontade de filmes com o laboratório de fotografia onde revelava preto e branco e fazia bagunças no estúdio.
Depois da popularização de um outro tipo de fotografia que já não usava mais processos analógicos físico/químicos para gravar uma imagem que começamos a dividir a fotografia entre digital e analógica. Para os que gostam de novidade, a analógica passou a ser considerada velha, antiquada, cansada, cara ou fora de moda.
Mas então veio a saudade, bateu aquela vontadinha de gastar uns filmes até porque as digitais demoraram pra ter uma qualidade de imagem que rivalizasse com uma uma simples Olympus Trip e então virou moda de novo, caiu no gosto dos mais modernos que começaram a tratar fotografia analógica como arte.
Eu demorei muito tempo para começar a clicar com uma digital, pelo custo e por gosto, curtia muito mais minha Pentax MX com um simples Kodak Proimage 100 do que as digitais da época que eram bem tosquinhas. Depois que as compactas começara dar resultados mais satisfatórios passei a experimentar e hoje uso muito mais o celular pra captar as tranqueiras do dia-a-dia e deixar a “arte” para fazer com filme que é mais caro e mais demorado.
Mas sinceramente, apesar das facilidades e da crescente qualidade do digital, nada se compara a delícia de fotografar com filme.
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